sexta-feira

O novo "Centro Histórico" de Ponte de Lima

"Ponte de Lima Terra Rica da Humanidade" é um label mas também um projecto que, no limite, sustentará a eventual candidatura a Património da Humanidade, do centro histórico de Ponte de Lima. Este processo, estou seguro, permitirá também a recuperação e manutenção dos locais históricos da nossa vila. No entanto, alguma reflexão deverá ser produzida neste âmbito. Já nos pronunciamos sobre a importância da acessibilidade e do estacionamento como factores determinantes para o comércio daquela zona e para a própria viabilidade económica do centro histórico; sobre a necessidade de recuperar o parque habitacional, bastante degradado, como elemento estruturante para o repovoamento do centro histórico, sobretudo pelos jovens.

Vamo-nos ocupar agora da definição de linhas estratégicas para o comércio e ramos comerciais a privilegiar. É nossa convicção que o centro histórico de Ponte de Lima beneficiará com o crescimento e alargamento das áreas de hotelaria e restauração, potenciando a gastronomia regional através de espaços de qualidade e prestígio. Em determinadas zonas, sobretudo aquelas com mais interesse para serem visitadas durante o dia, potenciar o aparecimento de cafés, salões de chã (...) com belas e bem enquadradas esplanadas - os "cafés de dia". Noutras zonas, bem específicas e delimitadas, fomentar o aparecimento de bares e pubs com um cariz mais adequado ao lazer nocturno, fomentando desta forma a animação durante a noite e tornando Ponte de Lima num ponto de referência neste campo. Fomentar ainda o aparecimento, no centro histórico, de pequenos hóteis e residenciais, capazes de dar resposta à demanda dos fins de semana e dias festivos.

O comércio de artesanato local, bebidas regionais e doçaria ragional, livrarias com forte componente alfarrabista, quiosques e tabacarias, antiquários, galerias de arte, artigos cerâmicos regionais, ourivesaria regional, trajes, produtos alimentares da horta local podem também encontrar no centro histórico um bom espaço de negócio.

A política de animação local também deveria merecer atenção, através de uma planificação cuidada. Seria desejável a promoção de um evento de dimensão média/grande por mês, criando criando e fomentando o hábito de demanda de Ponte de Lima, e fomentando a animação durante todo o ano. Um pequeno exemplo: Setembro - Feiras Novas; Outubro-Festa das Vindimas; Novembro - Festa da Castanha/Festiva ou Encontro de Teatro; Dezembro - Animação de Natal, actividades de Rua; Janeiro - Encontro dos Reis (música tradicional e coral); Fevereiro - Mês dos Namorados/ ou Carnaval; Março - Dia de Ponte de Lima; Abril - 25 de Abril em Ponte de Lima / ou Páscoa e tradições; Maio - Feiras Novinhas / ou domingos gastronómicos; Junho - Vaca das Cordas e Corpo de Deus / Feira do Livro; Julho - Feira do Cavalo /Feira de Gado / Opera Faber/ Feira dos Vinhos Verdes; Agosto - Animação de Verão / Folclore.

Ponte de Lima, e o seu centro histórico, são ponto obrigatório de passagem do Caminho português para Santiago de Compostela. Cada ano que passa, são mais aqueles que percorrem aquele espaço mítico e religioso, parando amíude por estas paragens. É uma mais valia, que poderá ter um valor acrescentado com o fomento do turismo religioso (o museu de arte sacra dos Terceiros está praticamente concluído) e patrimonial. É necessário, como de pão para a boca, um albergue de peregrinos no centro histórico. Não será difícil encontrar um local apropriado.

Todas estas linhas deverão ser acompanhadas pela integração do centro histórico de Ponte de Lima nos projectos educativos dos agrupamentos de escolas locais, e nas linhas de trabalho e investigação das escolas do ensino superior, promovendo a exploração pedagógica e investigação sobre a temática e o prazer e orgulho de ser limiano.

Por Limiano In Parar para Pensar

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Muito bem, pena é que os titulares de cargos políticos não aparentem ter a mesma visão.

6:49 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Muitas ideias mas seriam praticáveis? Tenho algumas dúvidas.

Iríamos ter a proibição de abrir um bar, por exemplo, numa zona onde estes não estivessem previstos? E se o futuro proprietário fosse dono do espaço e não pudesse alugar, comprar outro espaço na zona predefinida? E uma loja de roupa?

Será que cabe ao poder político estipular numa zona urbana que tipo de negócio pode ou não abrir?

Percebo a ideia, mas na prática não sei se a formalização da divisão em zonas específicas de negócios seria o melhor caminho.

10:32 da manhã  
Blogger JoCaBraGo said...

Se existir uma estratégia bem montada e coerente, parece-me praticável. Não poderá é ser vedada a inicitiva privada e a vontade de montar um outro tipo de negócio. Mas um empreendedor depressa entenderá as vantagens de um sistema deste tipo.

2:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado pela resposta. Mas acha mesmo que existem condições sociais para que isso venha a acontecer?
A sua ideia é deveras inovadora pena é que os limianos ainda não estejam preparados para ela e continuem a escolher o rame rame do costume.

12:59 da tarde  
Blogger JoCaBraGo said...

Existe uma visão ultra-conservadora em Ponte de Lima. É necessário arrojo, ideias inovadoras, capacidade de persuasão e argumentos para as fazer vingar. E sobretudo coragem política!

6:49 da manhã  

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