segunda-feira

União das Regiões de Turismo

O governo quer, alguns autarcas também, Defensor Moura, autarca de Viana do Castelo, prefere ficar sozinho a contar navios. Certamente a questão económica tem um peso enorme para a possível união da Região de Turismo do Alto Minho com a Região de Turismo do Verde Minho, mas é também uma razão de escala.

Se pensarmos seriamente, pelas suas características, até que faz sentido unir estas regiões. Mas ao fazê-lo, faça-se de forma correcta, e essa forma passa por localizar o "centro de operações" no distrito de Viana, na região que tem a maior capacidade logística. É aí que a Câmara Municipal de Ponte de Lima deverá mostrar as suas qualidades de captação, demonstrando a pertinência de ser o concelho limiano a receber o "centro de operações" de uma nova Região de Turismo.

sexta-feira

E os acessos?

Mais uma média superfície abriu em Ponte de Lima. Bom para o consumirdor, a concorrência entre estes grandes espaços comerciais estimula os preços baixos (assim o esperamos), mas é também mais uma machadada no pequeno comércio. Depois do Intermarché e do Lidl, abriu o Mini-Preço também na Feitosa, cara-a-cara com a multinacional francesa. Diz-se que não ficaremos por aqui. Da fome passamos à gula e, segundo parece, todos os que baterem à porta terão entrada garantida, falando-se do Modelo bem dentro da vila, nas traseiras do cemitério e de um outro espaço para Arcozelo.
Esta nova superfície comercial veio trazer um grande problema aquela zona. O esperado aumento do tráfego automóvel não foi pensado pelos responsáveis e técnicos autárquicos. Os acessos são vergonhosos e indiciam que vale tudo para abrir as portas aos grande grupos económicos. É com tristeza que denuncio a falta de respeito pelos moradores e pelos consumidores. Não haveria outra solução, ou esta só foi pensada à posteriori?
É demais, enche-se a periferia, atasca-se a vila sem critérios, sem planificação sem medir as consequências desta desastrosa política.
O pequeno comércio merece mais respeito, merece ,mais atenção e apoio.
Enquanto abrem grandes espaços na Ribeira, Feitosa e Arcozelo, o centro histórico está arruinado: Habitações degradadas, saída permanente de serviços (Tribunal, Cartório Notarial, Registo Predial, Centro de Saúde, Segurança Social, Abertura de novas dependências bancárias e farmácias fora daquela zona, até o encerramento do Mini-Preço na Rua General Norton de Matos se faz sentir).
Por outro lado, o Mercado Municipal morreu com o golpe de Misericórdia a ser dado pelas faraónicas obras aí realizadas, os transportes públicos não servem o centro histórico (que bom seria um circuito que ligasse a Central de Camionagem ao Centro Histórico), a limitação de estacionamento atira os consumidores para zonas com maiores facilidades.
A vila de Ponte de Lima, designadamente o Centro Histórico está doente. É necessário pensar e agir. Mas para tal é necessário que esta problemática seja eregida a prioridade política.
Só conversa, não chega...
Ponte de Lima cumpre!

Ponte de Lima é um dos cinco concelhos que melhor cumprem os seus compromissos financeiros com os fornecedores. Um sinal de saúde financeira e boa gestão que não favorece apenas a imagem do concelho, mas também os cofres...

terça-feira

Boas notícias sobre a Câmara de Ponte de Lima

A Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) tornou pública a lista das Câmaras "más pagadoras". De acordo com a AICCOPN, o "crónico e penoso" atraso situa-se em média nos 7,6 meses, atingindo o máximo já registado desde a Primavera de 2004.

Segundo a AICCOPN, mais de 95% dos pagamentos efectuados pelas autarquias não cumprem, por isso, o que a lei estabelece, uma vez que o prazo de pagamento que esta determina é de dois meses.

Entre os municípios "bons pagadores" (com prazos até 3 meses) estão as autarquias de Braga, Ponte de Lima e Vila Nova de Cerveira.

É bom saber que a autarquia limiana está na lista dos "bons pagadores". Mais um indicador da aparente boa situação financeira do nosso município. É por isso cada vez mais estranho e difícil de explicar que ao invés de aliviar a carga fiscal dos seus munícipes estes a vejam ciclicamente aumentada.

Ouçam e leiam, durante esta semana, as notícias sobre a reunião de hoje do executivo municipal.

Ah, e já agora façam as contas.

A nossa arqueologia industrial

Os mais velhos ainda se lembram das histórias do volfrâmio, tão explorado nas nossas redondezas. Das pessoas que fumavam charutos embrulhados em notas do Banco de Portugal. Dinheiro fácil num tempo de miséria quase generalizada, em que os ricos (sem contar com estes traficantes de minério) estavam bem abaixo dos pobres de hoje.

Nas fraldas da Serra de Arga, desde Sª. Justa em S. Pedro de Arcos até às minas do Cavalinho na Cabração, passando pelo Cerquido em Estorãos. Mas também nos concelhos de V. Nova de Cerveira, em Covas e Caminha, nas Argas, Dem e Montaria. E noutras serras como na Facha.

Dessa actividade só restam casas entretanto ardidas ou vandalizadas, minas de certo modo perigosas e mal protegidas. Serração de madeiras, pedreiras, minas (volfrâmio, estanho, ouro), lagares de azeite, são as nossas indústrias mais tradicionais de cuja arqueologia se não houve falar.

As casas do Cavalinho e do Cerquido tem óptimas localizações e mereciam que fossem recuperadas como testemunha duma actividade milenar.

quinta-feira

Pensar na justa medida da nossa dimensão

Pensar em grande não é proibido, até pode ser benéfico. Mas executar acima das possibilidades, esquecendo a dimensão do burgo pode constituir um problema sério no futuro.

De acordo com o Plano e Orçamento para 2007 do Município de Ponte de Lima, um dos grandes objectivos é a construção de um pavilhão multiusos, uma infrestrutura polifacetada capaz de albergar eventos de diversos tipos, desde os desportivos, aos culturais e recreativos.

O nosso concelho está bem servido de salas e espaços para actividades desportivas, culturais e recreativas, onde apenas é necessário introduzir alguns ajustamentos pontuais, sem a necessidade de uma estrutura de grande dimensão e preço e com uma perspectiva de ocupação reduzida. Os custos com a manutenção são enormes e julgo que as finanças locais poderão, num futuro próximo, ficar condicionadas pela manutenção do património da autarquia. Com multiusos em Guimarães, Braga (Parque de Exposições), Viana do Castelo (concurso foi lançado para o chamado Coliseu), Ponte de Lima vai entrar no grande rol de vilas e cidades com elefantes brancos que geram despesa e poucos ou nenhuns proveitos.

Por isso, não entro na discussão da localização do pavilhão multiusos. Sou, pura e simplesmente, contra a sua construção, que vai ficar cara antes e depois das obras concluídas!

terça-feira

Votos de Natal

São sempre interessantes os votos de Natal dos vários responsáveis de cargos públicos, de responsáveis da dita sociedade civil e de responsáveis religiosos. A Rádio Ondas do Lima foi porta-voz de muitas dessas mensagens de líderes locais e regionais.

O Presidente da Câmara de Ponte de Lima, Daniel Campelo, na sua mensagem apelou à solidariedade e ao contributo de todos para uma sociedade mais solidária. Esse apelo levou-me a pensar no lar D. Maria Pia, lar para raparigas desfavorecidas, pertença actual da Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima, que presta um serviço essencial para a vida de tantas utentes e que recentemente viu o seu histórico edifício ser alvo de uma remodelação profunda. O serviço à comunidade prestado nesta casa é inegavelmente importante, um serviço que, aliás, deveria ser prestado pelo Estado. Resta uma dúvida. Qual foi a comparticipação da autarquia na recuperação do dito edifício? Não será esta merecedora da solidariedade do município?

Do artigo do Jornal Alto Minho de 05-01-2007