quinta-feira

Carta Educativa

1. A carta educativa da Valimar, que integra a do concelho Ponte de Lima, está em discussão pública e será apreciada na Assembleia Municipal de 30 de Junho. Aqui deixamos o nosso singelo contributo para o debate.

O documento da carta educativa está tecnicamente bem elaborado, devidamente fundamentado e permite obter uma visão do futuro para a educação em Ponte de Lima;

2. No entanto, olhando para as diversas propostas formuladas, ficamos com a sensação que a equipa que elaborou a carta se limitou a integrar as ideias e as decisões já tomadas pelo município ou as que este tinha projectado, sem procurar dar uma visão própria da realidade concelhia;

3. O que defendemos. Para a educação pré-escolar, defendemos como princípio uma cobertura total do concelho, assente na proximidade entre os estabelecimentos de ensino e as famílias, mas sempre que os Jardins de Infância tenham, pelo menos, duas salas em funcionamento; Para o Primeiro Ciclo do Ensino Básico, procurando a construção de uma escola de qualidade, pedagogicamente ajustada às necessidades actuais, promotora da socialização dos alunos, com potencialidades ao nível físico, material e humano para promover o sucesso, defendemos escolas com cerca de 200 alunos e, no máximo, 10 salas/turmas. Os edifícios deverão estar equipados com espaços de apoio a expressões, desporto, novas tecnologias, entre outros, e preparados para os complementos educativos; Para o 2º ciclo, defendemos uma progressiva aproximação, e mesmo integração com o primeiro, nas chamadas Escolas Básicas Integradas, que permitam uma desejável sequencialidade do processo ensino/aprendizagem; As escolas básicas existentes no concelho – presentemente sedes de agrupamento de escolas (Freixo, Correlhã, Arcozelo e António Feijó), serão os grandes eixos articuladores da realidade anteriormente descrita, além de pólos concentradores do 3º ciclo do ensino básico, actualmente o último da escolaridade obrigatória. Não será, no entanto de descurar, a necessidade de uma nova escola na zona S. Martinho / Sta. Cruz / Padreiro, que poderá também servir freguesias da margem direita do Lima (ligadas pela futura ponte de Padreiro), que permitiria também a criação de um novo agrupamento de escolas, redimensionando o sobrelotado António Feijó. O Ensino Secundário estaria centrado na Escola Secundária de Ponte de Lima e, eventualmente, com um pólo em Freixo, tendo em conta o previsível aumento da população escolar neste ensino. O Ensino profissional necessita de um novo impulso, já que a Escola Profissional Agrícola não dá resposta às expectativas dos jovens, nem às necessidades do concelho, tendo em conta o seu “focus” na área agrícola, presentemente pouco atractiva. A expansão de cursos profissionais na Escola Secundária pode não ser suficiente para corresponder aos anseios da procura, tendo em conta as limitações de infra-estruturas e pessoal daquele estabelecimento para cursos que vão além da mecânica, informática ou, eventualmente, electricidade. No que concerne ao ensino superior, contrariamente à satisfação pela expansão e consolidação da Universidade Fernando Pessoa, temos o definhar lento e doloroso da Escola Superior Agrária, à qual o Instituto Politécnico deve estar atento para evitar o seu total esvaziamento e desaparecimento (mercado “oblige”), com todos os inconvenientes que tal significará para Ponte de Lima. Por outro lado, a necessidade, como de pão para a boca, de uma infra-estrutura exclusivamente dedicada aos cidadãos portadores de deficiência, num concelho que regista o maior número de casos do distrito. Dói ver tanta demora e desinteresse por uma questão que é crucial para a qualidade de vida destas pessoas, que apenas assistem a um prolongado “faz de conta” desde 1990.

4. Pré-escolar. Desde cedo a carta educativa assume a construção de um centro educativo em Arcozelo, desactivando um dos mais recentes jardins de infância construídos no concelho – Vilar com duas salas – para integrar as crianças num espaço com 5 salas. Concordamos com o princípio da articulação entre o 1º Ciclo e o pré-escolar, mas discordamos do desperdício de recursos, em nome de concentrações excessivas. Arcozelo tem uma “zona baixa” de grande concentração populacional (Além da Ponte, S. Gonçalo e Faldejães e mesmo Sta. Comba) que justificam uma solução independente (que evita grandes estruturas e muitos alunos), deixando para a zona interior da freguesia, em conjunto com freguesias vizinhas, outra infra-estrutura. A solução alternativa proposta de afectar a escola da Freiria a JI com duas salas, é mais viável.

O que será feito do JI de Serdedelo, novo e com boas condições mas já sem alunos, sobretudo agora que abriu o centro educativo da Ribeira, capaz de absorver os poucos alunos de Serdedelo e Boalhosa?

É muito importante que a oferta do pré-escolar tenha em conta as iniciativas solidárias existentes no concelho, que devem sempre funcionar em complementaridade.

Por outro lado, e mesmo não sendo objecto da carta educativa, é fundamental pensar e implementar uma rede de creches no concelho, nestes momentos altamente deficitário.

5. 1º Ciclo – A previsão para os próximos anos é de estabilização da população escolar. Nesse sentido as escolas que hoje têm poucos alunos mnão verão o seu número crescer no futuro. São propostos centros escolares muito pequenos (Cepões, 74 alunos, Calheiros, 66 alunos, Moreira do Lima, 54 alunos, etc.) onde não é sequer garantida uma sala por ano de escolaridade. Uma das virtualidades da concentração seria a de evitar ter alunos de anos de escolaridade diferentes na mesma sala de aula. É um contra-senso, um erro e uma oportunidade perdida. Escolas com, pelo menos, 150 alunos garantem que hoje, e nos próximos anos, este premissa seja respeitada. Seria preferível um reordenamento das seguintes opções: No Território Educativo de Arcozelo (Alto da Labruja – Cepões; Calheiros, Moreira do Lima, Estorãos, Arcos/Fontão); No Território Educativo de António Feijó (Rebordões Souto); No Território Educativo da Correlhã (Facha e Donas). Território Educativo do Neiva (Cabaços e Poiares).

É correcta a estratégia de “esvaziamento” da Escola EB1 de Ponte de Lima, permitindo que funcione dentro da sua real capacidade. Não será de descurar uma intervenção de fundo que permita aumentar a sua funcionalidade e adaptá-la às necessidades actuais.

6. As Escolas de Fontão e Arcos deixarão de integrar o Agrupamento de Lanheses? Parece que o Centro Educativo de Arcos Fontão tenderá a ser localizado em Fontão – infra-estruturas já construídas assim parecem indiciar. Mas a lógica parece conduzir para que o mesmo se localize em Moreira e integrar também os alunos de Estorãos.

Calheiros e Cepões têm condições para, juntos, terem um excelente centro educativo;

Rebordões Souto poderia integrar o CE de Trovela; 8 salas podem não ser suficientes para os 192 alunos da Feitosa – se todas as 8 turmas tiverem 1 aluno portador de deficiência (NEE) o máximo de lotação da escola é 160 alunos (20 por turma)!; Não seria descabido projectar desde já um CE para Facha/Donas e pensar maduramente na possibilidade de Rebordões Sta. Maria integrar desde já, ou muito em breve, o CE da Feitosa ou Trovela, tendo em conta a grande dimensão de partida da EBI da Correlhã. Lamentavelmente o CE de Vitorino de Piães não permite absorver os alunos de Cabaços (tiro no pé? Como é possível que a carta educativa conclua que o CE de V. Piães é pequeno para as necessidades e já equaciona a utilização de uma escola que ia ser demolida?), assim como o de Freixo parece estar sobredimensionado. Seria interessante uma alternativa que permitisse esvaziar Freixo e absorver Poiares.

7. 2º/3º Ciclos do Ensino Básico – Prevê-se uma estabilização da população escolar e a manutenção das actuais escolas, apenas equacionando a ampliação da EB 23 de Freixo. Numa solução intermunicipal, como é o caso desta carta, é pena que não seja aberta a possibilidade de ser construída uma nova escola na zona S. Martinho/ Sta Cruz/ Padreiro, com um território educativo que poderia abranger estas freguesias mas também Bravães, Gemieira, Boalhosa, Serdedelo e mesmo Refoios, entre outras, de tipologia EBI.

8. Ensino Secundário – Nada a apontar, tendo em conta a descentralização proposta.

9. Ensino Profissional – É com pena que não vemos este tipo de ensino considerado na Carta Educativa, num momento em que a escola Profissional Agrícola de Ponte de Lima definha, debatendo-se com grandes problemas, sobretudo provenientes das áreas que lecciona e que não encontram resposta no mercado. É fundamental repensar esta escola e o ensino profissional no concelho e, além de algumas palavras que já ouvimos, nada mais se tem feito…

Ponte de Lima - Festival de Ópera e Música Clássica 2006 - Opera Faber

Programa de 2006

SAB 8 22.00
MOZART - JAZZ & OPERA
FOGO DE ARTIFÍCIO
FESTIVAL DE JARDINS

DOM 9 17.00
CONCERTO INFANTIL
MUSEU RURAL
O Joven Mozart - Workshop com:
Sharon Kinder & Miranda Pires

SEG 10 21.30
CONCERTO BARROCO
MUSEU DOS TERCEIROS
Poemas de Garcilaso & seus comtemporâneos
Apresentado por:
Rafael Taibo - narrador,José Hernández Pastor - contratenor, Ariel Abramovich - viola, Hernàn Cuadrado - viola de arco

QUA 12 21.30
RECITAL DE PIANO
PAÇO DE CALHEIROS
Ana Queirós - pianista.

QUI 13 22.00
MÚSICA FOLCLÓRICA
LARGO DE CAMÕES
Grupo de Danças e Cantares de Ponte de Lima

SEX 14 21.00
DON GIOVANNI
TEATRO DIOGO BERNARDES

DOM 16 18.00
RECITAL DE CANTO
MUSEU DOS TERCEIROS
Músicas por:
Janacek, Kaija Saariaho, Yrjö Kilpinen & Frank
Bridge . Valérie Gabail - soprano,
Niall Chorell - tenor, Daniel Tong - piano

TER 18 21.30
MÚSICA DE CÂMARA
VILLA MORAES
Janacek, Debussy, Ravel & Franck
Solos & duetos por:
The London Bridge Ensemble
Daniel Tong - piano, Benjamin Nabarro - violino
/ violin, Kate Gould - violoncelo / cello,
Ivan Ludlow - barítono/baritone

QUA 19 21.00
DON GIOVANNI
TEATRO DIOGO BERNARDES

SEX 21 21.30
CONCERTO DE CÂMARA
VILLA MORAES
Bridge, Schumann and Brahms
Trio & Quartetos pela:
The London Bridge Ensemble & Tom Dunn - viola

SAB 22 21.00
DON GIOVANNI
TEATRO DIOGO BERNARDES


A não perder

segunda-feira

NOVO COMANDANTE DOS B. V. DE PONTE DE LIMA

Os Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima têm um novo Comandante. A passagem de testemunho ocorre hoje mesmo, dia 25 de Junho. Chama-se Carlos Lima, é um jovem de 30 anos e é uma aposta de futuro da actual Direcção. A confiança nos mais jovens como garante da necessária força renovadora, é uma prova da capacidade e potencial que os mesmos têm junto daquela instituição, numa perspectiva de a modernizar e adequar aos desafios que o presente e o futuro lhe colocam. Com a entrada de Carlos Lima, sai – a seu pedido – João Nascimento, um Homem dedicado e valoroso que comandou os destinos do Corpo activo durante quase uma década. Bem-haja e obrigado.


quinta-feira

Investir em Ponte de Lima

Afinal o Presidente da Câmara parece não ter chegado a ir ao Brasil. Esta deslocação chegou a ser anunciada como clarificadora do processo de instalação do investimento brasileiro, mas o silêncio sobre o assunto parece sintoma de más notícias. A Câmara tudo fez para que este investimento fosse uma realidade, no entanto Campelo tem que explicar aos limianos as expectativas que agora se frustram por ter anunciado o investimento como uma realidade, quando ainda não o era. Que dizer às centenas de pessoas que enviaram os seus currículos?

A Agência Financeira anunciou, na semana passada, que o IKEA estava a estudar três possibilidades, Paços de Ferreira, Paredes e Estarreja para a localização da sua fábrica em Portugal. A Câmara Municipal de Ponte de Lima tratou este processo de outra forma, não criou falsas expectativas e tudo fez para que a fabrica fosse uma realidade em Ponte de Lima.

Aparentemente e infelizmente o concelho limiano não acolherá nenhum dos referidos investimentos. Talvez seja tempo de encarar de outra forma a nossa realidade económica. Ou nos resignamos e ficamos a aguardar que se lembrem de nós, ou apostamos, antes de mais, nos empresários locais. A Câmara Municipal pode dar-lhes condições para que desenvolvam as suas actividades. Muitos deles são inovadores no seu sector de actividade, precisando apenas de incentivos, semelhantes aos concedidos aos investidores estrangeiros, para se afirmarem a nível regional, nacional ou mesmo internacional.

Por que não apostar na fixação destes investidores nos pólos industriais limianos? Por que não criar uma incubadora de empresas como existe em Braga ou em Viana do Castelo? A fomentação do investimento limiano é um caminho a ter em conta para dinamizar a nossa parca economia.

Não basta ser o segundo maior concelho do distrito em termos de habitantes, temos que fazer tudo para ser o segundo também em termos económicos e sempre com a ambição de sermos o primeiro.

Do artigo de 06/06/06 no jornal Alto Minho...

sexta-feira

AS LIÇÕES DO HOSPITAL

Ponte de Lima está a viver um momento singular no campo político partidário. Por duas razões: em primeiro lugar está a assistir-se a uma invulgar convergência de opiniões e princípios, entre todas as forças partidárias com assento na Assembleia Municipal, em prol da manutenção da urgência no hospital de Ponte de Lima e da revalorização daquela estrutura, assim como a reflexão e proposta de medidas para toda a área da saúde no concelho; em segundo lugar, depois de muitos e muitos anos de parcimonioso arrastamento, a Assembleia Municipal afirmou-se não apenas como um espaço de debate e recomendação, mas como um fórum pro-activo, capaz de reflectir, inquietar e fazer agir para evitar prejuízos para o concelho e, neste caso, todo o distrito.

Aqui o mérito está nas forças partidárias que entenderam a necessidade de se unirem para lutar pelo bem comum, que entenderam que antes dos interesses político-partidários e dos interesses das direcções nacionais dos partidos, está o interesse da sua terra e daqueles que os elegeram para os cargos que agora ocupam; mas o mérito é também do Presidente da Mesa da Assembleia Municipal, Abel Baptista, que soube congregar esforços e unir as pontas para establecer uma plataforma de reflexão e reivindicação capaz de chegar a todas as instâncias. Não tenho dúvidas que a Assembleia Municipal obrigou a Câmara e o seu Presidente a agir prontamente, para que fosse possível vislumbrar uma solução, embora a acção deste se pautasse por uma anormal diplomacia que, o tempo o dirá, não sei se será suficiente para atingir os objectivos propostos. Neste campo particular, a Assembleia Municipal, mesmo com a presença e participação activa do partido que suporta o Governo, foi mais acutilante e radical do que o Presidente da Câmara. O que não é normal, registe-se!

Agora espero que a solução proposta resulte. Entendo que qualquer solução que permita a continuidade da urgência em Ponte de Lima e que abra perspectivas de valorização do hospital é uma boa solução. A proposta do Presidente da Câmara de Ponte de Lima, embora onerosa para todos os limianos, é engenhosa e coloca o Ministério da Saúde entre a espada e a parede, por ter publicamente afirmado que a razão que estava na base da proposta de encerramento das urgências era a manifesta (e visível) falta de condições daquele espaço. Espero agora as cenas dos próximos capítulos.

Uma referência mais do que merecida. O homem que na última década mais lutou pela valorização do Hospital de Ponte de Lima, mais investimentos para aquela estrutura conseguiu, melhores condições de funcionamento lhe deu, foi o Eng. João Barreto. Nada melhor do que o tempo e o distanciamento para lhe fazer justiça. E a diferença com quem o antecedeu e com quem o sucedeu é gritante. Tristemente gritante!

Resta agora esperar pela resolução dos problemas físicos da urgência, por um novo élan destes serviços e dos serviços prestados no hospital limiano, pela união dos limianos - e de todos os altominhotos em torno desta questão essencial para a saúde da região, pela continuidade da atenção e capacidade interventiva da comissão da A.M., pelo apoio de todos os órgãos políticos concelhios (designadamente as Assembleias de Freguesia pois as Juntas estavam representadas na A.M.), que devem manifestar formalmente esse apoio e unir-se em torno da moção aprovada na Assembleia Municipal do dia 29 de Maio.