sexta-feira

UM ANO APÓS...

Assinalou-se no dia 10 de Outubro a passagem do primeiro aniversário sobre as eleições que deram origem ao presente mandato autárquico. Por estas datas passam 265 dias sobre a tomada de posse do novo executivo. Com esta "efeméride" terminou o chamado período de "estado de graça", durante o qual é dado o benefício da dúvida a quem referendou um programa, saiu vencedor e tem agora o dever de o cumprir.

Durante esse edílico período de tempo podem até ser permitidas falhas que, noutros momentos, seriam"ferozmente" denunciadas e poderiam fazer correr muita tinta.

Bom momento este para realizar um pequeno balanço da "real politic" limiana, pois estamos convencidos que, daqui em diante, tudo devria ser diferente. Ou talvez não!

O passado não deixa grandes esperanças relativamente à luta política local. É certo que algo mudou à esquerda, com um partido socialista mais interventivo, mais dinâmico e capaz de ganhar protagonismo na cena local. Os próximos meses serão uma verdadeira prova de fogo para o Partido Socialista e também para toda a oposição, pois espera-se o endurecimento da luta e o aparecimento de diversas propostas para o concelho.

Do PSD pouco se espera. Liderado desde 1994 pelos mesmos protagonistas, acumulando derrotas atrás de derrotas e com resultados cada vez mais decepcionantes, não dá sinais de inflexão no seu rumo.

A tranquilidade tem sido a tónica dominante do mandato de Daniel Campelo, pouco sobressaltado com a oposição ou com os problemas municipais. Foi um verdadeiro ano de "estado de graça", apenas salpicado com alguma agitação, embora com consequências pouco evidentes.

Pela positiva registamos a gestão financeira de Daniel Campelo, irrepreensível, num momento em que são colocados em causa muitos autarcas que sobreendividaram os seus municípios e que, agora, enfrentam sérias dificuldades;

O reordenamento da rede escolar, com encerramento de escolas e abertura de novos centros (esperam-se alguns ajustes capazes de melhorar o que até agora foi planificado, pela via da carta educativa);

O cartão social a implementar em Ponte de Lima é uma medida positiva, que pretende beneficiar aqueles que mais necessitam e aqueles que mais contribuem para a o aumento da natalidade;

Finalmente o saneamento e o abastecimento de água foram uma prioridade e as obras avançaram (a oposição já em 1993 chamou a atenção para este déficit na qualidade de vida dos limianos, agora resolvido);

Pela negativa, a teimosia de Daniel Campelo em manter na sua equipa um Vereador que, em conjunto com outras pessoas, foi indiciado por falsificação de documentos e que se livrou de ir a julgamento à custa de um acordo que lhe custou 300 mil contos. A denúncia destes factos foi da CDU, efectuada na última Assembleia Municipal. Esta não encontrou eco nas restantes forças da oposição;

A desvalorização do desenvolvimento económico como factor essencial para a melhoria da qualidade de vida dos limianos - sem emprego não há rendimento disponível, sem dinheiro não se compra em Ponte de Lima e o concelho definha a cada dia que passa. Associados a esta constatação, surgem o fracasso IKEA (Daniel Campelo foi enganado e com ele fomos todos levados na cantiga - só não sabemos de quem, se do residente do Município se do Primeiro Ministro) e o lento arrastar do processo Cobra, que era o céu e parece que caminha para um verdadeiro inferno;

O centro histórico está a ficar muito degradado, deserto e desvalorizado, sendo fundamental um programa para a sua revitalização;

Um multiusos em Ponte de Lima parece surgido de um conto de fadas, sendo necessário meter urgentemente os pés na terra!;

A parcimónia desesperante com que avançam planos fundamentais para Ponte de Lima - o Plano de Urbanização de Ponte de Lima e o Plano das Pedreiras de St. Ovídio e do Monte de Antelas;

Registe-se, ainda pela negativa, a inexistência de uma verdadeira acção social escolar no 1º Ciclo, sobretudo quando facilmente se verifica que ela é mesmo necessária.

quinta-feira

Cartão Família

Era uma promessa eleitoral e parece que vai avançar em breve. Anunciada por Daniel Campelo num encontro de autarcas do PP, a medida foi elogiada pelo líder nacional do partido que pretende empunhar a bandeira da oplítica da família.

O público alvo do cartão são as famílias numerosas e as mais carenciadas. Nada a dizer, por ser benéfica para o concelho e discriminar positivamente agregados com grandes encargos ou com dificuldades financeiras.

O que não se entende é que um concelho com estas preocupações e toda esta sensibilidade para a família (designadamente as que têm muitos filhos e as que vivem com dificuldades), não exista um sistema de acção social escolar para alunos do primeiro ciclo do ensino básico. É que essas crianças são precisamente as mesmas que vão beneficiar de descontos nas taxas de saneamento, nas tarifas da água, entradas em museus, teatros e piscinas municipais. Afinal, a educação e as crianças são ou não prioridade do município de Ponte de Lima?

Uma boa iniciativa

O Presidente da Câmara anunciou a criação de um "cartão família". Uma boa iniciativa que proporcionará às famílias limianas descontos e bónus em vários serviços municipais. Numa época em que as famílias são tão mal tratadas esta medida tem, também, uma simbologia contra corrente. Um indicador bastante positivo.

Sensibilizado o Edil, espera-se que o concelho de Ponte de Lima veja esta iniciativa alargada, por exemplo, aos jovens e que seja para breve o nascimento do tão esperado "cartão municipal da juventude".

ONDE ESTÁ A ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR NO 1º CICLO?


Os alunos da Gemieira já frequentam o moderno Centro Escolar da Ribeira. Os interesses das crianças prevaleceram, felizmente.

O que não parece edificante é o facto dos encarregados de educação da Gemieira terem ficado a cantar vitória, já que lhes foram garantidas refeições a 1€ numa escola que as cobra a 1,18. Como dizia um conhecido actor, "não havia necessidade...". Do que há necessidade é de um sistema de acção social escolar para o Primeiro Ciclo do Ensino Básico, à semelhança do que acontece noutros concelhos. Um sistema que permita às crianças oriundas de famílias carenciadas beneficiarem de refeições gratuítas (ou a metade do preço), de livros e material escolar gratuíto ou parcialmente subsidiado. Ponte de Lima é, hoje em dia, um oásis, pois é o único concelho do distrito que teima em não implementar um sistema que tanto ajudaria os mais carenciados.

Apesar dos riscos de aproveitamento que uma medida destas poderia arrastar, evitar-se-ia que os prejudicados sejam aqueles que mais necessitam!

terça-feira

Parênteses (II)

Percebi o toque. O problema deve ter sido do idioma ... Deixo aqui a versão portuguesa do discurso do Papa Bento XVI na Universidade de Regensburg. Talvez seja melhor para ler, pensar e reflectir...

quinta-feira

Desemprego continua a crescer em Ponte de Lima

A taxa de variação mensal do desemprego registada entre Julho e Agosto, tornada pública pelo Observatório do Desemprego no Minho, volta a crescer em Ponte de Lima.

Embora com tendência a abrandar, o nosso concelho é o único no Minho em que se verifica que a taxa de variação mensal do desemprego tem vindo a crescer desde Abril deste ano.

terça-feira

Ai o ambiente…

De repente, parece que tudo desabou em Ponte de Lima. Uma moradia ruiu por completo na freguesia de Arcozelo, devido a uma forte explosão. Em matéria ambiental, os últimos dias também nos trouxeram nefastas notícias.

A triste sina do Rio Lima continua. Depois de análises pouco convidativas ao banho nas suas águas, a extracções clandestinas de areia voltaram a ser notícia, designadamente na freguesia da Ribeira. O Molima denunciou mais um caso que as autoridades têm dificuldades em contrariar, voltando à memória dos limianos todos os malefícios e vidas ceifadas pela ganância da extracção daqueles que já foi apelidado de "ouro branco".

Para os lados da Quinta da Graciosa deu-se o abate ilegal de algumas dezenas de sobreiros que levou à intervenção dos serviços florestais. O mal estava já feito, sempre em nome de mais alguns metros quadrados de construção e de projectos aprovados pelo Município que não respeitam a natureza e a manutenção de espécies arbóreas cada vez mais raras no concelho.

Por fim, as pedreiras de Arcozelo. Um articulista limiano troca a estética da paisagem pelo impacto económico da actividade de exploração de pedra em Arcozelo que esventrou a Serra d'Antelas. Troca, certamente, o presente pelo futuro. Não é um bom caminho. Todos vamos ficar a perder, sobretudo aqueles a quem a ganância do lucro fácil está a cegar, pois vão destruir rapidamente o seu próprio sustento, à custa do bem comum.

A Serra d'Antelas é património do concelho, não um joguete à mercê de quem dele se apropriou. E está a ser o petróleo para alguns (que poucos ou nenhuns impostos pagam) à custa do trabalho (e em que condições!) de muitos.

Regras, ordenamento, direitos e deveres são necessários. Mas enquanto esse trabalho vai sendo realizado, muito lentamente, a Serra continua a desaparecer mesmo na frente dos nossos olhos.

domingo

Tempo de vindimas